Como a proposta para o dia de hoje não era muito extensa, aproveitamos por descansar um pouco mais, sendo a saída de S. Pedro de Rates efectuada por volta das 10H00, depois de um pequeno almoço reforçado.
À semelhança do dia de ontem, escassos metros após a saída, encontramos um grupo de cerca de 20 peregrinos oriundos de Espanha, com idades a rondar os 60 anos.
Logo entabulamos conversa e ficamos a saber se encontram a realizar o caminho de Santiago, em etapas modestas, de cerca de 10 a 15 kms diários, sendo seu intuito, nestes 10 dias que se propuseram caminhar, percorrer desde a cidade do Porto até Viana do Castelo, para mais tarde, realizarem da mesma forma o restante percurso.
Quando chegamos a Pedra Furada já aí se encontrava o autocarro para recolher todo o grupo e mais uma vez, seguimos viagem sozinhos.
Aproveitamos para retemperar forças junto da igreja da Sr.ª da Guia, altura em que fomos ultrapassados por um outro peregrino, um pouco “suigeneris”, já que levava uma protecção para a mochila e um guarda chuva para si.
A partir daqui a chuva foi uma constante, com umas boas saraivadas à mistura.
Seguiram-se Pereira e Carvalhal, duas freguesias situadas no sopé do monte da Franqueira.
Pudemos constatar a marcação de uma grande rota (GR11), que coincide em parte com este caminho central.
Uma vez mais, parte do itinerário fez-se por estrada nacional, sem berma, com atenção redobrada.
Passada a ponte sobre o Cávado, chegamos por fim a Barcelos, onde observamos parte do seu magnifico património arquitectónico, sendo digno de destaque o Paço Ducal, igreja matriz e edifício da Câmara Municipal.
Almoçamos no centro histórico e seguimos rumo à Casa de Saúde de S. João de Deus, onde soubemos que há mais de um ano que não acolhe peregrinos.
Como alternativa optamos por uma residencial, o que nos permitiu um belo banho de imersão e pela generosidade dos hospedeiros, secar as roupas que entretanto haviam sido lavadas.
Ultreya!
Como previsto, a saída, de carro, fez-se da casa do nosso amigo Pedro, que nos deu guarida na sua habitação em Monte dos Burgos, deixando-nos por volta das 07H40 na Sé Catedral da Cidade do Porto, donde arrancamos, a pé, debaixo de forte chuvada.
A primeira paragem, para carimbar as nossas credenciais, foi na Esquadra da PSP que se situa nas proximidades, onde tivemos o privilégio de sermos atendidos por um agente caminheiro.
Avançamos como se impunha para o destino traçado e a escassos metros avistamos um grupo de 4 peregrinos.
Seguimos no seu encalço e depois de feitas as apresentações, ficamos a saber dirigirem-se também para Santiago, com saída 14 dias atrás de Lisboa.
Convidaram-nos a seguir com eles, o que fizemos de bom grado, sendo o percurso até Vilarinho, onde ficaram, mais animado e com muitas trocas de experiências.
De facto, os três franceses e o português do grupo, todos eles reformados, possuem um enorme currículo enquanto caminhantes, com todos os caminhos de Santiago percorridos. Excepção feita claro a este, por enquanto.
Pena terem ficado em Vilarinho, onde fomos agradavelmente surpreendidos pelos nossos pais, muito preocupados com esta nossa aventura.
Um recado para eles: - estamos muito bem e satisfeitos com a etapa superada.
Claro que nem tudo foi um mar de rosas, pois de Vilarinho (Macieira da Maia - Vila do Conde) até S. Pedro de Rates (Póvoa de Varzim), onde nos encontramos a actualizar a etapa neste momento, já que quase todo o percurso se continua a fazer por estradas bastante movimentadas e praticamente sem bermas, o que exige redobrada atenção por parte dos peregrinos.
Valeu a travessia do Rio ave pela Ponte D. Zameiro, situada em Macieira da Maia, entretanto restaurada e que é digna de nota especial.
Nesta bonita aldeia onde nos encontramos, digna de uma mais demorada visita, percorremos o centro histórico, com a sua bela igreja românica.
Uns metros acima, encontramos o Albergue de Peregrinos de S. Pedro de Rates.
Levantada a chave no mini-mercado, apressamo-nos a tomar um belo duche quente e a preparar a etapa seguinte.
É um belo sitio para pernoitar e está munido de todas as condições e comodidades, que nos deve deixar mal habituados para o que encontraremos adiante.
Ultreya!
. santiago de compostela - ...
. santiago de compostela - ...
. links