De Santa Comba de Rossas até Bragança
Desta vez, dormimos e acordamos sem sobressaltos de maior. De tal forma, que despertamos com um espírito particularmente desportivo. Para além de mais algumas partidas de arremesso à lata (para nos desforrarmos do esquecimento da noite anterior), tivemos ainda tempo e oportunidade para uma partida de matrecos, num dos cafés da aldeia
Iniciamos então a nossa caminhada e o primeiro ponto de paragem, foi a estação de Sortes – Km 117,1. Apesar de ter sido restaurada, esta estação está descaracterizada, pois retiraram o reboco das paredes em pedra. No entanto, fica bem mais agradável assim, do que a cair de podre. Para além disso, ainda tornaram o local num ponto de convívio para os cidadãos da aldeia - piqueniques e churrascadas, etc. Muito catita.
No percurso até ao apeadeiro seguinte, que surge ao quilómetro 119,8 de seu nome Remisquedo, deparamo-nos com um túnel, que despertou em nós o sentimento nostálgico da passagem real do comboio, onde não faltou a famosa piada:
- “Luz ao fundo do túnel. Esperemos bem, que não seja o comboio que lá vem!”
Uns minutos mais de caminhada e eis que nos deparamos com mais uma ponte. Devido às suas grandes dimensões e ao estado em que se encontrava, optamos por voltar à estrada. Gostaria que neste blogue ficasse referido o principal responsável por esta tomada de decisão. A minha sobrinha, que mesmo estando ainda na barriguita da mãe, já foi decisiva!
Seguimos depois por estrada até Rebordãos (Km 122,1) onde regressamos à linha, seguindo directos até Mosca, que se nos deparou à passagem do quilómetro 125,6 que foi o local escolhido para o almoço desse dia. Não sem que antes, disputássemos mais algumas partidas de arremesso à lata. Esta estação, apesar de estar de pé, encontra-se bastante degradada.
Após o almoço, procuramos um café na aldeia e ainda tivemos tempo e oportunidade, apesar de algumas limitações físicas, de colaborar na tentativa de retirar um carro de uma cave, por uma rampa consideravelmente acentuada. No entanto, todo o nosso esforço foi em vão, uma vez que a viatura se recusou a trabalhar e/ou sair da garagem. Devemos referir que fomos persistentes. Diria mesmo, que acima das nossas capacidades, uma vez que efectuamos três tentativas, numa das quais, o proprietário da viatura tentou colocar o carro a funcionar engatado em 3ª!! Já era esforço a mais, sobretudo para atletas de alto nível de arremesso da pedra, que haviam estado em competição constante nos últimos dias. Enquanto três de nós estávamos neste exercício, o quarto vagabundo ficou às escuras. Lembras-te Luís?!
Regressados à estação onde havíamos almoçado (e já necessitávamos repetir, graças ao esforço físico desenvolvido entretanto), iniciamos o percurso rumo ao destino final, a estação de Bragança.
Este último troço do percurso encontra-se muito descaracterizado. Sobretudo, a partir da actual Zona Industrial da cidade. Encontramos muito lixo e pontualmente, tivemos inclusive algumas dificuldades em detectar o rasto do traçado da linha.
Chegados à cidade, perdemos mesmo por completo o fio à meada, tendo encontrado os últimos vestígios, perdidos no centro da cidade, num bairro que segue até à estação de Bragança, que nos surgiu após 75,6 quilómetros de caminhada, logo, à marca de 133,8. Esta, encontra-se em muito bom estado, tendo sido adaptada como central de camionagem de passageiros, com uma decoração a fazer lembrar os tempos em que o comboio por lá circulava.
Aí, registamos fotograficamente o final da nossa aventura e tomámos a bebida que já vínhamos reclamando desde o primeiro dia. A chamada “minie”!
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